terça-feira, 31 de maio de 2011

Mapa Situacionista by Renata Sampaio/ Mapa de Ação: Lis Mainá


Demorei muito tempo para conseguir sair da Universidade, comecei um mapa, encontrei a Liz, troquei o mapa, esqueci algumas coisas. Saí da Unirio às 17h50min, parei em frente ao Marcio do cachorro quente e a direção do vento seguia para a direita, fui então pela saída da biblioteca até a Avenida Pasteur. O vento continuava a direita, atravessei a rua e continuei andando. Entrei na primeira rua que vi a minha frente, pois não tinha mais ruas depois e eu queria derivar bastante. A tal rua era a Osório de Almeida, uma rua bem animada com um pipoqueiro e uma barraquinha de doces, tinha musica tocando e pessoas conversando ao redor. Nessa rua não percebi mais o vento e até senti calor. Atravessei a rua (lado direito) e cheguei a Praça Felix Laranjeiras, fiz o contorno pelo meio da rua, e descobri uma ruazinha que nunca tinha percebido: Rua Odílio Bacelar. Entrei e tive medo, a rua era muito escura, fui para a calçada esquerda a altura do numero 43. Cheguei a Rua Ramon Franco e segui a calçada esquerda, parei para escrever em frente a uma casa que era um pouco escura, mas tinha umas plantas baixas, muito volumosas e bonitas. Um homem veio na minha direção, mas passou direto. Em frente à casa 63 sinto o vento novamente e é muito bom. Sigo pelo meio da rua, pois uns homens bebem na calçada, fico com medo. Do lado esquerdo tem uma obra, sigo para o outro lado da rua a altura do numero 104. Chego à esquina das ruas Ramon Franco com Avenida Portugal (é preciso atravessar a rua para ver a placa com o seu nome). Sigo pela Avenida Portugal e chego num trevo onde tem uma cabine da policia e alguns policias em suas motos, fico apreensiva quanto a que rua ir, na duvida sigo pela murada da Urca, que é mais movimentada e a vista é muito bonita. Estou em frente ao numero 484 e nessa direção, do outro lado, na Praia de Botafogo, vem uma luz parecendo um farol. O vento parece não ter direção, é como se viesse de todos os lados, batendo no meu corpo, é uma sensação maravilhosa, um banho de energia. O som da água batendo nas pedras é relaxante. Percebo que este é o lugar no qual me sinto muito bem, sento e deixo o amor ali presente entrar. As pessoas caminham e correm fazendo barulho e me desconcentram bastante. Um homem caminha em volta de mim e fica me olhando, não sinto medo e sim curiosidade, ele passa a olhar a paisagem que vejo. As pessoas parecem se esquecer da vista maravilhosa que tem a sua frente. Ele vai embora. São 18h15min. Sinto vontade de seguir beirando o mar, mas o caminho a minha frente parece ter ficado deserto. Volto ao trevo e procuro um lugar para entregar o amor que recebi daquele lugar, penso em um bar que tem ali perto, mas a rua onde ele está me faz me sentir mal, exatamente por isso sigo em frente. É uma rua que não me anima a continuar, então paro em frente à casa numero 30, é uma casa muito bonita- branca com detalhes azuis, mas parece sem vida, sem movimento, sem gente, é uma casa triste. Decido então sentar no portão e transmitir amor para aquele lugar. A tal casa me deixa apreensiva, um nó no coração. O vento em frente a casa é bom, mas não entra no vão aonde tem a porta, lugar onde estou sentada. As pessoas que passam ou me olham estranhamente ou me ignoram. A minha frente tem uma casa alta, e por cima dela vejo bem fraquinho os raios luminosos do farol. São 18h23min.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

O que andamos arrastando na vida

Fardos existem, estão aí para serem carregados, ficam dispostos numa espécie de prateleira imaginária, onde cada indivíduo escolhe o seu e arrasta por aí, por um longo ou curto tempo, às vezes por toda uma vida.

Como se relacionar com o seu fardo? Uma questão parecida com essa foi abordada em um dos trabalhos de Erwin Wurn, onde o artista pesquisava novas formas de se relacionar com objetos cotidianos. Se pararmos pra analisar, estamos sempre carregando alguma coisa, uma bolsa, um guarda-chuva, uma bebida... Entretanto sempre nos relacionamos da mesma forma, não variamos o modo de interação com as coisas, ou se fazemos, fazemos de forma espontânea, sem refletir sobre.

A proposta de Erwin é redirecionar o olhar aos objetos que nos rodeiam e submetê-los a novas experiências sensoriais, práticas e estéticas.

A proposta da disciplina é estudarmos o tema da mobilidade da e na arte contemporânea, com o foco nas manifestações cênico-performáticas, partindo de re-enactments. Como primeira experiência nesse sentido, nos foi proposta uma reflexão acerca da pesquisa de Erwin Wrum. Em grupo, decidimos adaptar a performance e inserir nela um caráter mais subjetivo, ao invés de repensarmos nossa relação com objetos, repensamos as nossas relações com nossas angústias, nossas manias, nossos fardos.

A cada um foi perguntado sobre as coisas que estão sendo arrastadas pela vida, uns responderam sono, outros manias de guardar ou comprar coisas, alguns incomodados com coisas relacionadas à faculdade e muitos falaram sobre problemas relacionados com o tempo. De fato, cada um escolheu seu maior fardo e elegeu algum objeto que pudesse representá-lo.

O segundo passo foi decidir onde seria realizada a nossa ação, sugerimos lugares onde pessoas sempre passam cheias de cargas materiais ou sentimentais. Escolhemos a praça XV, que além da questão das pessoas, também atendiam às questões espaciais.

Outras coisas como horário, percurso, forma de carregamento e tipo de caminhada foram discutidas ainda em sala de aula, afim de organizar o grupo, facilitando a ação coletiva.

Nós do grupo (pelo menos aqueles que aqui postaram seus translatos) dividimos uma mesma observação a respeito da experiência: como as pessoas são apressadas e passam correndo pelos lugares e deixam de perceber as coisas ao redor. Portanto se pararmos para relembrar das discussões em sala percebemos que muitos entre nós têm problemas com o tempo. Pela observação das milhares de pessoas que cruzaram nosso caminho só nos resta constatar que o grande “vilão” da contemporaneidade é o tempo, ou a falta dele.

O engraçado seria se cada pessoa refletisse sobre sua questão em relação ao tempo, exteriorizasse em um objeto material e saísse arrastando pelas ruas.

domingo, 29 de maio de 2011

Praça XV

Como nunca havia feito uma performance antes, confesso que fiquei um pouco assustada a princípio, mas acho que pelo fato da experimentação ter sido coletiva isso me ajudou muito.

A minha primeira impressão do experimento da praça XV foi de um deslocamento, como se fossemos marginais aquele cotidiano. Andamos em uma marcha lenta e meditativa carregando o que para cada um representava um fardo em nossas vidas.

No dia a dia passamos com tanta pressa pelos lugares que mal percebemos o que nos rodeia, coisas tão comuns que ignoramos e seguimos em frente sem questionar. O cotidiano cega a percepção e nos leva a ignorar os detalhes a nossa volta, ao parar e experimentar o lugar isso cria uma outra dinâmica com o espaço, nos mostrando um novo tipo de visão sobre o lugar.

As pessoas sem dúvida passavam com muita pressa, algumas se assustavam com o nosso grupo, outras simplesmente olhavam e ignoravam e tinham também aquelas que queriam interagir, como um vendedor de bala que perguntou por que estávamos carregando tantos objetos e em seguida fez o seguinte comentário - “Ao contrário de vocês eu preciso carregar essas balas” - foi aí que percebi que as pessoas que por ali transitavam também carregavam seus fardos. Isso me fez pensar, como a nossa performance, mesmo sendo de rompimento se encaixava naquele cotidiano.

Romper com os fluxos, tomar consciência de si mesmo, do estar ali e não somente transitar somado ao ter consciência de seus fardos e da relação que temos com eles, a performance da Praça XV abriu o meu olhar em relação a consciência das coisas comuns, e me fez questionar a relação entre pessoa x cidade de como nós simplesmente transitamos pelos lugares e não os vivenciamos.

urca, 25/11/2011, by tania alice / mapa de ação: renata santos sampaio




. saia da unirio e siga em direção ao vento
.. entre na primeira rua que avistar
... pare em frente da sexta casa.

.... respire fundo.
 ..... sinta o cheiro deste lugar.
                                            ...... descubra de onde vem o cheiro e vá até là.
 ...... pense no que este cheiro te lembra.

........ se suas lembranças sao positivas, siga à esquerda, se negativas, à direita.
........ pare em frente a planta, olhe-a demoradamente e guarde um pouco do seu frescor.
......... feche os olhos.
                                                                                               ............ volte para a casa.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Praca XV

Apos ler o blog da Manu me identifiquei muito com seu sentimento de ir e vir todos os dias de Niteroi, passando pelas barcas um lugar super movimentado. Agora morando em Copacabana, tambem sinto e vejo a pressa das pessoas ao meu redor principalmente no final do dia.

Quando chegamos la, logo me veio na memoria todos os meus dias de indas e vindas, um lugar ja conhecido dentro de mim, estavamos nos preparando para a performance e ja percebia os olhares das pessoas em volta apressadas e ao mesmo tempo curiosas. Como acabava de sair da faculdade estava carregando comigo duas bolsas, papeis, e meu objeto escolhido, que era uma telefone daqueles antigos. Este objeto foi escolhido por mim devido a comunicacao geral que necessitamos todos os dias, para trabalhos, lazer, etc, o que se misturou com minhas bolsas penduradas, delimitando tudo que carrego todos os dias incluindo a comunicacao com as pessoas e meus trabalhos. Ao comecarmos a nossa meditacao, fechei os olhos para nao sair do foco, e como se eu nao estivesse ali, meditei, sem prestar atencao nos outros, podia ouvir os passos e as vozes das pessoas passando ao redor, mas nao me preocupei em saber o que elas estavam falando ou se estavam olhando para nos. Quando comecamos a andar lentamente andando e meditando, fui descobrindo mais ainda a pressa que todos tem no fim do dia e como era estranho para aqueles de fora estarmos andando devagar, muitas vezes atrapalhando o caminho deles, formavamos barreiras, filas que se movimentavam de acordo com o que a cidade necessitava. Todo o percurso que fizemos, eu alterei em estado de meditacao e observacao, procurando sempre um foco para nao me desviar. Como nunca havia feito performance antes gostei muito e repetiria a dose, uma vontade de fazer algo novo todos os dias que provoque efeito nao so em mim mas nos outros tambem.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Eu moro em Niterói, pego as Barcas quase todo dia. Todo dia que passo pela Praça XV, em volta de mim, estão todos correndo voltando do trabalho, das atribuições da vida, para o doce lar. Todo dia é a mesma cena, diferentes pessoas, correndo. Assim quando na sala de aula, estávamos conversando sobre qual lugar iríamos fazer nossa performance conjunta, a Praça XV para mim era a melhor opção possível no Rio de Janeiro. Já que nossa performance era voltada para o que carregavamos no dia-dia, nossos pesos diários e na Praça XV, as pessoas carregam de tudo, malas, bolsas, mochilas e também atribuições do trabalho, da casa, da vida.
Na quarta seguinte, fomos para a Praça XV, chegamos lá e encontramos todo o pessoal se preparando, pendurando, amarrando os objetos de cada um no corpo. Eu pendurei várias listas de coisas para fazer na roupa, já que pelo menos, a minha vida, é cheia de listas do que eu tenho que fazer, comprar, ler, ligar, arrumar.... o peso do que temos que fazer naquela semana, naquele dia, naquela hora, sem poder esquecer de nada.
Começamos nossa performance, meditando. Sentamos num circulo, um do lado do outro, em frente ao paço imperial e começamos a meditar. Logo ali, já percebi os olhares das pessoas que passavam pela a praça, era bem difícil de meditar, conseguir não pensar em nada, concentrar.
O nosso momento era diferente das pessoas que passam ali todo dia, era fora do cotidiano daquele lugar, não estávamos correndo, de passagem e sim sentados, parados, meditando.
Depois deste momento, nos levantamos e meditamos andando, devagar, a passos leves, um do lado do outro. A partir disso, não notei os olhares das pessoas, somente algumas virando a cabeça para olhar o que estava acontecendo, algumas nem notavam, estavam tão dentro das suas preocupações, que nem percebiam que nós não eramos como eles.
Ai, nós fomos em direção a estação das Barcas da Praça XV, paramos em frente, um do lado do outro. As pessoas passando por nós, correndo. Então chegou um guarda das Barcas e veio ao meu encontro. Ele perguntou o que era aquilo, se era uma manifestação, eu respondi que não era. Ele perguntou se ia demorar muito, e quem era o responsável. Eu respondi que não tinha hora para sair dali e todos nós todos eramos responsáveis por aquilo, enquanto eu respondi, ele comunicava para algum superior dele pelo rádio.
Ai fomos andando até a Rio Branco, em fila, um atras do outro. Algumas pessoas paravam olhavam, até teve uma mulher que estava indo em direção as barcas, parou e acompanhou a gente. ai, chegamos na 1° de março e fomos para a Rio branco. A calçada pequena, só cabia duas filas de pessoas, a nossa e a das pessoas que tentavam passar pela gente.

Resumindo, neste lugar que passagem, que é a rua, a praça Xv, as Barcas, onde as pessoas passavam correndo, até a gente mesmo, paramos um momento e redescobrimos aquele lugar, um movimento contrario ao dia-dia daquele espaço. Um novo olhar.





Experimento coletivo na Praça XV

Já performei algumas vezes antes, mas foi a primeira vez que o faço em um lugar público e coletivamente, o que é muito diferente. Caminhar lentamente, prestar atenção na sua respiração, vivenciar o momento presente é difícil, mas em grupo e ainda sem se comunicar verbalmente é mais difícil ainda. Tive muita dificuldade de olhar as pessoas que passavam por nós, era como se eu as tivesse interpelando, e isso me dava a sensação de me destacar do grupo. Optei então a olhar fixamente em uma direção e andar, e me guiar pelo som que fazíamos. Tentei estar sorrindo o tempo todo, como indicava Thich Nhat Hanh no seu guia para a paz interior, mas a boca ia desmanchando lentamente e quando percebia já estava sem o sorriso nos lábios, então sorria novamente. Sorrir durante a performance me foi importante, fez com que eu estivesse presente, não encarnasse um personagem, me levava ao aqui e agora vivido ali.
Cheguei antes da hora marcada e encontrei com uma participante que também havia chegado antes, Lucimar. Vimos a praça com movimento ainda tranquilo, diferente do que o vivido durante a performance. Entramos no Paço Imperial para esperar a hora marcada e começarmos a nos vestir com “as coisas que carregamos em nossas vidas”. Foi interessante a relação das pessoas com a gente naquele lugar, antes de nos vestirmos para performar, as pessoas mal nos notavam, depois que colocamos parte de nosso “carregamento” todos nos olhavam, e o segurança do local passou a ficar mais próximo de nós. Quando saímos de lá e fomos para frente da instituição esperar os demais colegas, os seguranças também foram e ficaram na porta nos vigiando. É interessante essa reação dentro de uma instituição artística, que mal uma pessoa com duas caixas na cabeça e outra com um travesseiro poderiam fazer às pessoas que tomavam seu chá? Tenho associado cada vez mais a performance em locais públicos com a intervenção policial... Durante a performance tivemos um encontro com a Guarda Municipal, que nos rondou, viu que éramos inofensivos e nos deixaram passar. Qual o perigo que o artista pode causar para a sociedade? Acho que a curiosidade/desconfiança. Um perigo para aqueles que se beneficiam de uma sociedade passiva, como a que vemos hoje, na qual tudo é normal, tudo é facilmente aceito. Nós despertávamos a curiosidade nas pessoas, e elas demonstravam o que pensavam da sociedade através de nós. Assim, muitos achavam que estávamos protestando, reafirmando à população a possibilidade de protestar contra algo que não aprovem. Algumas até diziam o motivo de nossos protestos, uma mulher falou: eles estão protestando pelo menino que morreu. Não sei que menino é esse diante de tantas mortes que temos diariamente expostas nos jornais, mas será que não é um indicio de que esta na hora de fazermos alguma coisa em relação a isso? Quando um grupo como nós ocupa a rua, e não só passa por ela, mostra que é possível a ocupação desta; e também fazemos com que aqueles que estão passando olhem para ela de outra forma, vivencie-a. Eu transito bastante por aquela praça, antes da performance eu passava apressadamente por ela para chegar ao meu destino, durante a performance a redescobri, e agora busco vivencia-la nos meus cinco minutos de travessia quase diários. Tenho certeza que nossa performance apresentou a muitas pessoas pelo menos um cantinho desconhecido daquele lugar, e isso já quer dizer muita coisa...

domingo, 22 de maio de 2011

Praça XV

Às 17h da quarta-feira combinada eu já havia chegado à Praça XV para o experimento. Observava as pessoas que já andavam por ali e uma coisa foi unânime: todas tinham pressa. Tentei imaginar o que as faziam correr: chegar logo em casa, não se atrasar para a faculdade, não perder o horário de funcionamento de algum estabelecimento. E foi muito difícil distinguir qual era, de fato, o motivo do apressamento. Percebi então que não é necessário motivo; é sempre melhor andar com pressa, assim evitamos qualquer imprevisto que cause uma fuga do que havíamos planejado. Ao começar a preparação para a meditação, em que todos nós nos prendíamos àquilo que sempre carregamos conosco, era interessante perceber como o nosso ato isolado [já que ele ainda não interferia no caminho dos outros] começava a distrair a velocidade das pessoas. Por menor que fosse a reação das pessoas em relação a gente, era possível perceber que o ritmo delas diminuía para nos olharem mais e que o foco mudava quando elas nos viam. Outras, como era de se esperar, nem nos perceberam. Quando começamos nossa caminhada meditativa, em ritmo bem menos acelerado que o dos outros, as reações foram maiores: comentários e indagações sobre o que se tratava, reclamações por estarmos atravancando o caminho. Haviam pessoas que se irritavam e ignoravam o que se passava, procuravam de qualquer forma fingir que nada acontecia e seguiam o caminho de sempre. Outras, por mais apressadas que estivessem, esqueciam a afobação e nos acompanhavam, seja com o olhar, seja caminhando conosco [como foi o caso de uma mulher que estava ao telefone em direção às barcas e que ao nos ver, parou de súbito, observou e nos seguiu até à Rua 1º de Março, sem nos perguntar qualquer coisa]. Como é de se esperar nesse tipo de experimento em que se sugere uma alteração do fluxo habitual da cidade, independente do local em que ele é realizado, muitas das reações das pessoas se repetem. A questão que eu levanto é se de parte de quem experimenta a ideia também se repete. Nesse nosso caminhar meditativo, mais lento, mais tranquilo, além da quebra do fluxo transitório, tinha também o fator "carregar". Cada realizador carregava consigo algo que achava que carregava sempre [no meu caso, meu sono, representado por um travesseiro e pantufas]. Não sei se pras pessoas ficou claro que, além da ideia de que desacelerar às vezes é bom, deveríamos prestar atenção nas coisas que sempre carregamos conosco, nas coisas que estão sempre em nós, se elas são de fato necessárias pro nosso dia-a-dia, a maneira como elas interferem no nosso dia-a-dia. Não sei também se isso deveria ser uma preocupação nossa, mas não sei se foi pelo fato de também estarmos meditando durante essa caminhada que eu percebi que a maneira como eu me coloco no espaço tem muito mais a ver com o que eu carrego que de fato com o percurso que eu vá fazer. A nossa presença no espaço, hoje, é muito mais influenciada pelos nossos carregamentos, mas a nossa resposta a isso é sempre a mesma: a pressa. O que fica pra mim desse experimento é justamente isso: como sermos capazes de perceber o que de fato nos move e como nós reagimos a esse impulso.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

A Performance e a reconstrução do efêmero

Por Cristiane Bouger

http://idanca.net/wp-content/uploads/2011/05/idancatxt_vol3_spread.pdf

A partir da pagina 12

¿Quién puede borrar las Huellas?



Nesta performance Regina José Galindo anda descalça pelas ruas da Cidade da Guatemala, parando ocasionalmente para mergulhar os pés em sangue humano a partir de uma bacia que ela carrega em seus braços.
Ela desenvolveu a peça para protestar contra a candidatura presidencial do ex-ditador Ríos Montt Effraín em 2003. As pegadas, diz ela, representou os milhares de civis assassinados pelo exército do país durante mais de 35 anos de conflito que terminou com os Acordos de Paz em 28 de dezembro de 1996.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Théorie de la dérive

 
Entre les divers procédés situationnistes, la dérive se définit comme une technique du passage hâtif à travers des ambiances variées. Le concept de dérive est indissolublement lié à la reconnaissance d’effets de nature psychogéographique, et à l’affirmation d’un comportement ludique-constructif, ce qui l’oppose en tous points aux notions classiques de voyage et de promenade.
Une ou plusieurs personnes se livrant à la dérive renoncent, pour une durée plus ou moins longue, aux raisons de se déplacer et d’agir qu’elles se connaissent généralement, aux relations, aux travaux et aux loisirs qui leur sont propres, pour se laisser aller aux sollicitations du terrain et des rencontres qui y correspondent. La part de l’aléatoire est ici moins déterminante qu’on ne croit : du point de vue de la dérive, il existe un relief psychogéographique des villes, avec des courants constants, des points fixes, et des tourbillons qui rendent l’accès ou la sortie de certaines zones fort malaisés.
Mais la dérive, dans son unité, comprend à la fois ce laisser-aller et sa contradiction nécessaire : la domination des variations psychogéographiques par la connaissance et le calcul de leurs possibilités. Sous ce dernier aspect, les données mises en évidence par l’écologie, et si borné que soit à priori l’espace social dont cette science se propose l’étude, ne laissent pas de soutenir utilement la pensée psychogéographique.
L’analyse écologique du caractère absolu ou relatif des coupures du tissu urbain, du rôle des microclimats, des unités élémentaires entièrement distinctes des quartiers administratifs, et surtout de l’action dominante des centres d’attraction, doit être utilisée et complétée par la méthode psychogéographique. Le terrain passionnel objectif où se meut la dérive doit être défini en même temps selon son propre déterminisme et selon ses rapports avec la morphologie sociale. Chombart de Lauwe dans son étude sur "Paris et l’agglomération parisienne" (Bibliothèque de sociologie contemporaine, PUF, 1952) note qu’ "un quartier urbain n’est pas déterminé seulement par les facteurs géographiques et économiques mais par la représentation que ses habitants et ceux des autres quartiers en ont " ; et présente dans le même ouvrage - pour montrer "l’étroitesse du Paris réel dans lequel vit chaque individu géographiquement un cadre dont le rayon est extrêmement petit " - le tracé de tous les parcours effectués en une année par une étudiante du XVIe arrondissement : ces parcours dessinent un triangle de dimension réduite, sans échappées, dont les trois sommets sont l’Ecole des Sciences Politiques, le domicile de la jeune fille et celui de son professeur de piano.
Il n’est pas douteux que de tels schémas, exemples d’une poésie moderne susceptible d’entraîner de vives réactions affectives - dans ce cas l’indignation qu’il soit possible de vivre de la sorte - , ou même la théorie, avancée par Burgess à propos de Chicago, de la répartition des activités sociales en zones concentriques définies, ne doivent servir aux progrès de la dérive.
Le hasard joue dans la dérive un rôle d’autant plus important que l’observation psychogéographique est encore peu assurée. Mais l’action du hasard est naturellement conservatrice et tend, dans un nouveau cadre, à tout ramener à l’alternance d’un nombre limité de variantes et à l’habitude. Le progrès n’étant jamais que la rupture d’un des champs où s’exerce le hasard, par la création de nouvelles conditions plus favorables à nos desseins, on peut dire que les hasards de la dérive sont foncièrement différents de ceux de la promenade, mais que les premières attirances psychogéographiques découvertes risquent de fixer le sujet ou le groupe dérivant autour de nouveaux axes habituels, où tout les ramène constamment.
Une insuffisante défiance à l’égard du hasard, et de son emploi idéologique toujours réactionnaire, condamnait à un échec morne la célèbre déambulation sans but tentée en 1923 par quatre surréalistes à partir d’une ville tirée au sort : l’errance en rase campagne est évidemment déprimante, et les interventions du hasard y sont plus pauvres que jamais. Mais l’irréflexion est poussée bien plus loin dans Médium (mai 1954), par un certain Pierre Vendryes qui croit pouvoir rapprocher de cette anecdote - parce que tout cela participait d’une même libération antidéterministe - quelques expériences probabilistes, par exemple sur la répartition aléatoire de têtards de grenouille dans un cristallisoir circulaire, dont il donne le fin mot en précisant : "il faut, bien entendu, qu’une telle foule ne subisse de l’extérieur aucune influence directrice ". Dans ces conditions, la palme revient effectivement aux têtards qui ont cet avantage d’être "aussi dénués que possible d’intelligence, de sociabilité et de sexualité ", et, par conséquent, "vraiment indépendants les uns des autres ".
Aux antipodes de ces aberrations, le caractère principalement urbain de la dérive, au contact des centres de possibilités et de significations que sont les grandes villes transformées par l’industrie, répondrait plutôt à la phrase de Marx : "Les hommes ne peuvent rien voir autour d’eux qui ne soit leur visage, tout parle d’eux-mêmes. Leur paysage même est animé."
On peut dériver seul, mais tout indique que la répartition numérique la plus fructueuse consiste en plusieurs petits groupes de deux ou trois personnes parvenues à une même prise de conscience, le recoupement des impressions de ces différents groupes devant permettre d’aboutir à des conclusions objectives. Il est souhaitable que la composition de ces groupes change d’une dérive à l’autre. Au-dessus de quatre ou de cinq participants, le caractère propre à la dérive décroît rapidement, et en tout cas il est impossible de dépasser la dizaine sans que la dérive ne se fragmente en plusieurs dérives menées simultanément. La pratique de ce dernier mouvement est d’ailleurs d’un grand intérêt, mais les difficultés qu’il entraîne n’ont pas permis jusqu’à présent de l’organiser avec l’ampleur désirable.
La durée moyenne d’une dérive est la journée, considérée comme l’intervalle de temps compris entre deux périodes de sommeil. Les points de départ et d’arrivée, dans le temps, par rapport à la journée solaire, sont indifférents, mais il faut noter cependant que les dernières heures de la nuit sont généralement impropres à la dérive.
Cette durée moyenne de la dérive n’a qu’une valeur statistique. D’abord, elle se présente assez rarement dans toute sa pureté, les intéressés évitant difficilement, au début ou à la fin de cette journée, d’en distraire une ou deux heures pour les employer à des occupations banales ; en fin de journée, la fatigue contribue beaucoup à cet abandon. Mais surtout la dérive se déroule souvent en quelques heures délibérément fixées, ou même fortuitement pendant d’assez brefs instants, ou au contraire pendant plusieurs jours sans interruption. Malgré les arrêts imposés par la nécessité de dormir, certaines dérives d’une intensité suffisante se sont prolongées trois ou quatre jours, voire même d’avantage. Il est vrai que dans le cas d’une succession de dérives pendant une assez longue période, il est presque impossible de déterminer avec quelque précision le moment où l’état d’esprit propre à une dérive donnée fait place à un autre. Une succession de dérives a été poursuivie sans interruption notable jusqu’aux environs de deux mois, ce qui ne va pas sans amener de nouvelles conditions objectives de comportement qui entraînent la disparition de bon nombre des anciennes.
L’influence sur la dérive des variations du climat, quoique réelle, n’est déterminante que dans le cas de pluies prolongées qui l’interdisent presque absolument. Mais les orages ou les autres espèces de précipitations y sont plutôt propices.
Le champ spatial de la dérive est plus ou moins précis ou vague selon que cette activité vise plutôt à l’étude d’un terrain ou à des résultats affectifs déroutants. Il ne faut pas négliger le fait que ces deux aspects de la dérive présentent de multiples interférences et qu’il est impossible d’en isoler un à l’état pur. Mais enfin l’usage des taxis, par exemple, peut fournir une ligne de partage assez claire : si dans le cours d’une dérive on prend un taxi, soit pour une destination précise, soit pour se déplacer de vingt minutes vers l’ouest, c’est que l’on s’attache surtout au dépaysement personnel. Si l’on tient à l’exploration directe d’un terrain, on met en avant la recherche d’un urbanisme psychogéographique.
Dans tous les cas le champ spatial est d’abord fonction des bases de départ constituées, pour les sujets isolés, par leurs domiciles, et pour les groupes, par les points de réunion choisis. L’étendue maximum de ce champ spatial ne dépasse pas l’ensemble d’une grande ville et de ses banlieues. Son étendue minimum peut être bornée à une petite unité d’ambiance : un seul quartier, ou même un seul îlot s’il vaut la peine ( à l’extrême limite la dérive statique d’une journée sans sortir de la gare Lazare).
L’exploration d’un champ spatial fixé suppose donc l’établissement de bases, et le calcul des directions de pénétration. C’est ici qu’intervient l’étude des cartes, tant courantes qu’écologiques ou psycho-géographiques, la rectification et l’amélioration de ces cartes. Est-il besoin de dire que le goût du quartier lui-même inconnu, jamais parcouru n’intervient aucunement ? Outre son insignifiance, cet aspect du problème est tout à fait subjectif, et ne subsiste pas longtemps. Ce critère n’a jamais été employé, si ce n’est occasionnellement, quand il s’agit de trouver les issues psychogéographiques d’une zone en s’écartant systématiquement de tous les points coutumiers. On peut alors s’égarer dans des quartiers déjà fort parcourus.
La part de l’exploration au contraire est minime, par rapport à celle d’un comportement déroutant, dans le "rendez-vous possible". Le sujet est prié de se rendre seul à une heure qui est précisée dans un endroit qu’on lui fixe. Il est affranchi des pénibles obligations du rendez-vous ordinaire, puisqu’il n’a personne à attendre. Cependant ce "rendez-vous possible" l’ayant mené à l’improviste en un lieu qu’il peut connaître ou ignorer, il en observe les alentours. On a pu en même temps donner au même endroit un "autre rendez-vous possible" à quelqu’un dont il ne peut prévoir l’identité. Il peut même ne l’avoir jamais vu, ce qui incite à lier conversation avec divers passants. Il peut ne rencontrer personne, ou même rencontrer par hasard celui qui a fixé le "rendez-vous possible". De toute façon, et surtout si le lieu et l’heure ont été bien choisis, l’emploi du temps du sujet y prendra une tournure imprévue. Il peut même demander par téléphone un autre "rendez-vous possible" à quelqu’un qui ignore où le premier l’a conduit. On voit les ressources presque infinies de ce passe-temps.
Ainsi, quelques plaisanteries d’un goût dit douteux, que j’ai toujours vivement appréciées dans mon entourage, comme par exemple s’introduire nuitamment dans les étages des maisons en démolition, parcourir sans arrêt Paris en auto-stop pendant une grève des transports, sous le prétexte d’aggraver la confusion en se faisant conduire n’importe où, errer dans ceux des souterrains des catacombes qui sont interdits au public, relèveraient d’un sentiment plus général qui ne serait autre que le sentiment de la dérive.
Les enseignements de la dérive permettent d’établir les premiers relevés des articulations psychogéographiques d’une cité moderne. Au-delà de la reconnaissance d’unités d’ambiances, de leurs composantes principales et de leur localisation spatiale, on perçoit les axes principaux de passage, leurs sorties et leurs défenses. On en vient à l’hypothèse centrale de l’existence de plaques tournantes psychogéographiques. On mesure les distances qui séparent effectivement deux régions d’une ville, et qui sont sans commune mesure avec ce qu’une vision approximative d’un plan pouvait faire croire. On peut dresser à l’aide de vieilles cartes, de vues photographiques aériennes et de dérives expérimentales une cartographie influentielle qui manquait jusqu’à présent, et dont l’incertitude actuelle, inévitable avant qu’un immense travail ne soit accompli, n’est pas pire que celle des premiers portulans, à cette différence près qu’il ne s’agit plus de délimiter précisément des continents durables, mais de changer l’architecture et l’urbanisme. Les différentes unités d’atmosphère et d’habitation, aujourd’hui, ne sont pas exactement tranchées, mais entourées de marges frontières plus ou moins étendues. Le changement le plus général que la dérive conduit à proposer, c’est la diminution constante de ces marges frontières, jusqu’à leur suppression complète.
Dans l’architecture même, le goût de la dérive porte à préconiser toutes sortes de nouvelles formes du labyrinthe, que les possibilités modernes de construction favorisent. Ainsi la presse signalait en mars 1955 la construction à New York d’un immeuble où l’on peut voir les premiers signes d’une occasion de dérive à l’intérieur d’un appartement : " Les logements de la maison hélicoïdale auront la forme d’une tranche de gâteau. Ils pourront être agrandis ou diminués à volonté par le déplacement de cloisons mobiles. La gradation par demi-étage évite de limiter le nombre de pièces, le locataire pouvant demander à utiliser la tranche suivante en surplomb ou en contrebas. Ce système permet de transformer en six heures trois appartements de quatre pièces en un appartement de douze pièces ou plus."
Le sentiment de la dérive se rattache naturellement à une façon plus générale de prendre la vie, qu’il serait pourtant maladroit d’en déduire mécaniquement. Je ne m’étendrai ni sur les précurseurs de la dérive, que l’on peut reconnaître justement, ou détourner abusivement, dans la littérature du passé, ni sur les aspects passionnels particuliers que cette dérive entraîne. Les difficultés de la dérive sont celles de la liberté. Tout porte à croire que l’avenir précipitera le changement irréversible du comportement et du décor de la société actuelle. Un jour, on construira des villes pour dériver. On peut utiliser, avec des retouches relativement légères, certaines zones qui existent déjà. On peut utiliser certaines personnes qui existent déjà.
Guy-Ernest Debord


Fonte: http://www.larevuedesressources.org/spip.php?article38&PHPSESSID=2a5cb03ab64b28de1abedec084a6d60b

domingo, 15 de maio de 2011

Experimento coletivo 01 - Praça XV

Esta performance iniciou-se com uma pergunta: O que carregamos pela vida? Cada performer tinha sua ideia e essa ideia virou um “carregamento móvel” na Praça XV. Desde pequenos papéis de recados e cadernos até uma máquina de escrever antiga e um travesseiro; tudo isso carregado de uma forma não cotidiana pelos performers. Ao nos reunirmos no local as 17:30h/18h (hora do rush), as pessoas na volta do trabalho já estranhavam o grupo carregando tais coisas de forma não usual. Fomos caminhando meditativamente em direção as Barcas, éramos a síntese do anti-fluxo daquele espaço- tempo. Muita gente em volta se perguntando o que era aquilo que estávamos fazendo. Às vezes perguntavam diretamente para Maria Castro, a aluna que fotografou a performance, outras vezes diretamente para um de nós. Optamos por não nos relacionar com as pessoas na rua, mas acabava sendo muito complicado não responder/se relacionar, de alguma forma, quando alguém te abordava diretamente e fazia um comentário (ex: “Parabéns! Gostei muito do trabalho de vocês” ou “O que vocês estão reivindicando?”). São formas de relações que se estabelecem instintivamente fora do nosso controle, por mais que estivéssemos todos num caminhar meditativo, numa dinâmica totalmente contrária àquela estabelecida naquele espaço-tempo. Muita gente a nossa volta começou a se questionar sobre o seu próprio carregar, não de uma forma alegórica/subjetiva como a nossa, mas de uma forma mais concreta (ex: carregar algo para vender). Creio que um dos aspectos interessantes da nossa performance é ter dado as pessoas que estavam lá uma outra forma possível de se estar/pensar no mundo, criando uma dinâmica e lógica próprias. Acho que quando você se torna consciente do seu estar num lugar, seja ele a Praça XV, um escritório, um restaurante ou até o mundo, você cria outra dinâmica naquele lugar e afeta positivamente quem também está lá. Esse fato gruda na memória das pessoas pela presença e pelo “criar presenças”, porém o fato em si e essas presenças criadas são efêmeras. Buscamos a todo tempo com esses experimentos coletivos de re-enactment recuperar essa, ou um certo tipo de, presença.

terça-feira, 10 de maio de 2011

cronofotografia (tentativas de registro)

André Cadere

Fonte: http://looksee.chrisashley.net/?p=486

andrecadere1.jpg
From “André Cadere: Peinture sans fin
André Cadere became well known in the 1970s with his “barres de bois rond” – round painted wood bars of varying sizes – which were minimalist art objects as well as instruments of artistic intervention. Handmade by the artist, the bars were composed of painted cylindrical segments, whose height corresponded to their radius. The individual units were assembled following a mathematical system of permutation whose logical sequence was disturbed by one error respectively.
Cadere referred to his wood bars as “peinture sans fin” – “unlimited painting” – which redefined the boundaries of the medium and broke with traditional ways of seeing. The form of the rod does not prescribe a privileged point of view – it has no front nor back, no bottom nor top – but offers itself to multiple presentations instead: The bars can be laid out on the floor, fixed to the wall or can lean against it; they can also, theoretically, be moved from one place to another.
The aspect of mobility plays an important role in Cadere’s conceptual approach: In his “promenades-performances”, the artist walked – bar in hand – through the urban context, “occupying” with it public spaces (such as the street, the subway or a restaurant) and thus demonstrating the relative independence in the presentation of his art from the institutional context. At the same time, Cadere attended – whether invited or not – openings of gallery and museum exhibitions (such as, for instance, in 1972 documenta 5), in order to present his wood bars and get the public involved in discussions about his work.
andrecadere3.jpg

Michelangelo Pistoletto

"Learning by doing"
"Bringing the people together, this is important in art" - Michelangelo Pistoletto

Fonte: http://www.philamuseum.org/exhibitions/414.html?page=4 (cf. vídeo)

Scultura da passeggio (Walking Sculpture) with Michelangelo Pistoletto


Saturday, October 30, 2010
1:30 p.m. Procession departed from the Museum’s West Entrance.
2:00 p.m. Rittenhouse Square
2:30 p.m. City Hall
3:00 p.m. Rodin Museum
In 1967, Pistoletto rolled a giant ball of newspapers through the streets of Turin. In the fall of 2010, Pistoletto rolled a contemporary replica of the newspaper sphere by Spiral Q Puppet Theater out of the Museum and onto the streets of Philadelphia. The procession made its way along major streets in the city with a few special stops along the way.

Krzysztof Wodiczko

Krzysztof Wodiczko was born in 1943 in Warsaw, Poland, and lives and works in New York and Cambridge, Massachusetts. Since 1980, he has created more than seventy large-scale slide and video projections of politically-charged images on architectural façades and monuments worldwide. By appropriating public buildings and monuments as backdrops for projections, Wodiczko focuses attention on ways in which architecture and monuments reflect collective memory and history. In 1996 he added sound and motion to the projections and began to collaborate with communities around chosen projection sites, giving voice to the concerns of heretofore marginalized and silent citizens who live in the monuments’ shadows. Projecting images of community members’ hands, faces, or entire bodies onto architectural façades, and combining those images with voiced testimonies, Wodiczko disrupts our traditional understanding of the functions of public space and architecture. He challenges the silent, stark monumentality of buildings, activating them in an examination of notions of human rights, democracy, and truths about the violence, alienation, and inhumanity that underlie countless aspects of social interaction in present-day society. Wodiczko has also developed ‘instruments’ to facilitate survival, communication, and healing, for homeless people and immigrants. These therapeutic devices, which Wodiczko envisions as technological prosthetics or tools for empowering and extending human abilities, address physical disability as well as economic hardship, emotional trauma, and psychological distress. Wodiczko heads the Interrogative Design Group and is Director of the Center for Art, Culture, and Technology, formerly known as the Center for Advanced Visual Studies, at the Massachusetts Institute of Technology. His work has appeared in many international exhibitions, including the São Paulo Bienale (1965, 1967, 1985); Documenta (1977, 1987); the Venice Biennale (1986, 2000); and the Whitney Biennial (2000). Wodiczko received the 1999 Hiroshima Art Prize for his contribution as an artist to world peace, and the 2004 College Art Association Award for Distinguished Body of Work.
Fonte: http://www.pbs.org/art21/artists/wodiczko/

Homeless Car:
Entrevista onde ele explica sua ligaçao com Brecht e seu trabalho:

http://www.ina.fr/art-et-culture/beaux-arts/video/I08051804/krzysztof-wodiczko-et-son-baton-d-etranger.fr.html

sábado, 7 de maio de 2011

terça-feira, 3 de maio de 2011

experimento coletivo 1]: re-enactment de erwin wurm

A Performance é um re-enactment coletivo do trabalho de Erwin Wurm e tenta responder a pergunta de cada performer sobre: o que andamos arrastando na vida?
Performers: Carolina Riscado, Guilherme Terreri, Isabel Maciel, Jefferson de Souza, Lara Paciello, Lis Mainá, Lucimar Ferreira, Manoela Pereira, Marcos Vinicius Pereira, Miguel Araújo, Priscila Cavalcanti, Renata Sampaio, Tania Alice.










Fotografia: Maria Castro.