segunda-feira, 31 de maio de 2010

Flávio de Carvalho





No fim dos anos 30, o fluminense Flávio de Carvalho (1899-1973), que desde a Semana de Arte Moderna de 1922 morava em São Paulo, circulava pela cidade com uns desenhos debaixo do braço. À menor possibilidade de uma conversa mais duradoura, tratava logo de desenrolar os papéis e mostrava orgulhoso o que tinha certeza que se tornaria em breve uma invenção revolucionária: uma veneziana baratíssima, que ele projetara para ser vendida nas favelas brasileiras. Embriagado pelo engenho de sua recente criação, o artista provavelmente nem percebia as reações nada favoráveis à sua ideia que, claro, provou-se um fiasco pouco tempo depois. Flávio se esquecera de um pequeno - porém definitivo - detalhe: naquela época, nem janelas havia nas precárias moradias dos morros, quanto mais cortinas. O deslize, digamos assim, nem de longe acanhou o artista. Ele nunca hesitava em colocar em prática o que passava em sua cabeça. Por pura curiosidade, por puro prazer ou por acreditar mesmo. Nem tudo dava certo e por isso é tão difícil dimensionar sua importância na história da arte.

Flávio de Carvalho divide-se entre o personagem de deliciosas anedotas da São Paulo das décadas de 1930, 1940 e 1950, e o grande artista, autor de retratos e nus femininos que figuram entre as melhores obras de arte de seu tempo. Ao lado dessas duas facetas, aparentemente antagônicas, existem ainda muitas outras porque, de fato, ele fez de tudo um pouco na vida: de projetos de arquitetura a ensaios sobre moda, de cenários para teatro a pinturas, de criações de design a performances, desafiando a todo instante os teóricos até então bastante afeitos a classificações. Mergulhar em seu universo, mesmo hoje, quando as fronteiras entre as diversas manifestações culturais encontram-se tão diluídas, exige que se abandonem preconceitos. Flávio explorou tantas linguagens que ele escapa de um entendimento por completo. A retrospectiva em cartaz no Museu de Arte Moderna de São Paulo, no parque do Ibirapuera - somada à próxima edição da Bienal de São Paulo, que traz justamente Flávio de Carvalho como um nome-chave no elenco - pode ser uma oportunidade nesse sentido. Com cerca de 60 obras, além de 30 outros itens, como fotos e documentos, a exposição no MAM-SP tem curadoria de Rui Moreira Leite, autor do livro Flávio de Carvalho: O Artista Total (Editora Senac, 192 págs.). Leite optou por uma seleção enxuta, o que evita justamente a exaltação da pluralidade da produção do artista, algo que, do jeito como vem sendo feito até agora, prejudicou seu reconhecimento.

Não que ele ligasse muito para isso. Flávio era exibido. E ousado. E debochado. É preciso ter isso em mente para compreender melhor sua Experiência nº 2, por exemplo, realizada em uma tarde de junho de 1931, durante uma procissão de Corpus Christi que tomava a rua Direita, no centro da capital paulistana (leia texto com o relato do artista e cineasta mineiro Cao Guimarães, que refez o gesto especialmente para a BRAVO!). Vendo aquela quantidade de fiéis juntos, ele correu para casa, pegou um boné verde e saiu andando no sentido contrário ao da multidão, com o chapéu na cabeça, em um sinal de total desrespeito ao ato religioso. Não satisfeito, ainda mexeu com as filhas de Maria. Só não foi linchado pela multidão em fúria porque conseguiu se refugiar em uma leiteria na rua São Bento, onde a polícia deu-lhe proteção. Da atitude, escreveu um livro em que analisou o comportamento das massas com base em referências da psicanálise e da antropologia, e fez uma série de desenhos, que integram a exposição no MAM-SP, em que explorou o jogo do preto-e-branco para enfatizar a ira despertada nos católicos.

"POR QUE NÃO?"

Bem mais tarde, em 1956, Flávio voltou ao centro de São Paulo com sua Experiência nº 3. Na época, ele assinava uma coluna no jornal Diário de São Paulo, intitulada A Moda e o Novo Homem (os artigos acabam de sair em livro, pela Editora Azougue, 303 págs, R$ 42). Nela, o artista defendia associações no mínimo interessantes. Escreveu que os colarinhos altos começaram a ser usados pouco antes da Revolução Francesa e que, portanto, os castigos na guilhotina teriam influência das roupas do período. Ou ainda que os colares e pulseiras seriam reminiscências das correntes dos escravos. Quando o jornal pediu-lhe para desenhar uma indumentária masculina, Flávio não se contentou em mostrar o croqui. Resolveu promovê-lo pela cidade. Para ele, o homem do momento era alguém que sentia calor - portanto, uma vestimenta adequada incluiria uma saia. Talvez para um certo desgosto do artista, no entanto, mais de vinte anos depois de sua primeira experiência São Paulo tinha uma mentalidade mais avançada. As pessoas riram dele, mas a reação não passou disso - e o episódio entrou para seu vasto anedotário, embora tenha influenciado a moda de outras formas.

Grande parte de seus projetos de arquitetura também não foi para frente. Só dois acabaram realizados, e ambos estão presentes na exposição por meio de maquetes e fotos: em 1936, construiu-se o conjunto de 17 casas na esquina das alamedas Lorena e Ministro Rocha Azevedo, em São Paulo (apenas uma delas continua em pé hoje, mas muito modificada de seu desenho original); e, dois anos depois, sua fazenda Capuava, em Valinhos, atual patrimônio da família. Mesmo assim, os amigos caçoavam que as casas eram "frias no inverno, quentes no verão". Ainda nessa linha de lendas em torno de Flávio, colegas contavam que, do dia para a noite, o artista que não recusava um bom bife acompanhado de uma generosa dose de uísque anunciou-se vegetariano e passou a comer só coisas verdes e a beber limonada. Muito provavelmente, se alguém na época tivesse questionado a razão, ele responderia com outra pergunta: "Por que não?" Era assim que encarava o mundo. E isso incluía naturalmente a arte.

Cor e expressão

Para o bem da arte, seu espírito inventivo e irrequieto deixou pinturas capazes de fazer calar qualquer roda social empenhada em apenas se divertir às custas de sua figura singular. O ponto alto de seu legado nas telas centra-se na forma como explorava as cores, com forte herança do expressionismo alemão, a ponto de desdenhar os pintores monocromáticos: "São indivíduos dogmatizados dentro de um claustro e condenados ao cinzento da eternidade", escreveu certa vez. Sem riscar esboços, Flávio trabalhava diretamente na tela e começava cada peça de um jeito, sempre em busca de captar algo além da aparência do modelo. O escritor Mário de Andrade (1893-1945) foi um dos que reconheceu essa sua capacidade: "Quando defronto o retrato feito pelo Flávio, sinto-me assustado, pois nele vejo o lado tenebroso da minha pessoa, o lado que eu escondo dos outros", comentou o modernista sobre a obra presente na seleção do MAM-SP.

Outro momento importante de sua carreira nessa área está em sua Série Trágica, que infelizmente ficou de fora da seleção do curador Rui Moreira Leite e que pertence ao Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, o MAC-USP. Feitos em 1947, os nove desenhos registram sua mãe à beira do leito de morte. As obras comovem porque nelas, além da técnica, Flávio voltou a ser quase um menino que, diante de uma cena sobre a qual não tinha o menor controle, pôs-se a desenhar.

Mas nem mesmo o maior crítico de arte brasileira de todos os tempos entendeu o artista. Em um texto de maio de 1957, no Jornal do Brasil, Mário Pedrosa escreveu: "Flávio paga aqui o preço de um permanente amadorismo. O seu mal é a pluralidade de seus talentos, que vão desde os literários aos plásticos. O pior é que nenhum deles vive e isso o torna um diletante, um diletante genial em tudo, inclusive no senso de publicidade". Pedrosa falava em defesa do júri da 4ª Bienal de São Paulo, que não incluíra o artista em sua seleção. Pois Pedrosa teve de engolir pouco tempo depois da circulação de seu artigo a visita do diretor do Museu de Arte Moderna de Nova York, o MoMA, a uma mostra paralela à Bienal. De lá, Alfred Barr Jr. saiu com dois desenhos do "diletante" Flávio de Carvalho. Mais: exatos dez anos depois, na 9ª Bienal de São Paulo, Flávio recebeu o prêmio na categoria artista internacional, feito jamais alcançado por outro brasileiro.


ONDE E QUANDO

Flávio de Carvalho. Museu de Arte Moderna de São Paulo (parque do Ibirapuera, portão 3, São Paulo, SP, tel. 0++/11/5085-1300). Até 13/6. De 3ª a dom., das 10h às 18h. R$ 5,50.




Até dia 13 de junho, o Museu de Arte Moderna de São Paulo exibe uma retrospectiva com obras de Flávio de Carvalho. O fluminense que viveu no auge do modernismo no Brasil, aventurava-se em projetos de arquitetura, ensaios sobre moda, cenários para teatro e pinturas, criações de design e performances. Um de seus trabalhos mais ousados foi a denominada Experiência nº2, quando, numa tarde de junho de 1931, durante uma procissão de Corpus Christi, andou no sentido contrário ao da multidão com um boné verde na cabeça, algo que, na época, era considerado um total desrespeito à religião. BRAVO! convidou o artista e cineasta mineiro Cao Guimarães para refazer a experiência de Flávio de Carvalho. Ele percorreu uma procissão em uma sexta-feira da Paixão, na cidade histórica de Mariana, em Minas Gerais. Confira o vídeo e o texto assinados por Cao Guimarães sobre a performance, também registrada em foto por Pedro Motta.

Quando, em 1931, Flávio de Carvalho colocou um boné de veludo verde na cabeça para enfrentar uma procissão de Corpus-Christi em São Paulo, procurava investigar por meio da provocação as possíveis reações da multidão. Nasceu dessa atitude um interessante estudo antropológico e etnológico chamado Experiência nº 2 - Uma Possível Teoria e Uma Experiência (Nau Editora, 152 págs.). Ao ser convidado por BRAVO! para repetir a ação quase 80 anos depois (dessa vez em Mariana, Minas Gerais, e numa sexta-feira da Paixão), vivi uma experiência bem menos radical. O efeito do uso do chapéu sobre a multidão foi nulo, tendo os costumes mudado bastante durante esse período (pude até observar pelo menos mais dez pessoas também vestindo chapéus ou bonés ao longo da cerimônia). Mas, para além dessa primeira proposição, o que mais me impactou nessa experiência foi a vertiginosa sensação de "furar" uma procissão no seu contra-fluxo. Longe de uma tese a esse respeito, o que tirei da oportunidade foi a chance de fazer uma homenagem ao artista.

A procissão começa a se formar na praça entre as duas igrejas. Seus elementos dispersos deslocam-se lentamente na direção de uma pequena ruela. A inicial forma amebóide da massa de gente milagrosamente vai se transformando em uma imensa lagarta. Do alto da ruela ouço a respiração compassada do monstro vindo em minha direção. Penso na entidade Flávio de Carvalho, ponho o chapéu de feltro na cabeça e me preparo para enfrentar a fera.

São oito horas da noite e uma leve chuva começa a cair. Guarda-chuvas e sombrinhas se abrindo como ouriçados pêlos de lagarta. Ela caminha devagar subindo a estreita rua de paralelepípedos. Duas fileiras de gente nas laterais sobre os passeios protegem suas entranhas do tempo e do espaço. No coração desta centopéia que atravessa os séculos vela-se e venera-se um defunto há quase dois milênios.

Penetro-a pela boca, por baixo de seu nariz em forma de cruz. Sinto seu hálito de lavanda pós-banho de freirinhas em êxtase. Sua língua apresuntada me enrola como um pedaço de melão preparando-me para ser espetado pela lança de um soldado de Pilatos.

Avanço solitário e na contramão até a medula da grande minhoca. Anjos começam a me sobrevoar. Deliro! O chão treme perto das artérias que me levam até o coração. Ali jaz o ser adorado. Levam-no morto para que ressuscite. A multidão está de luto. Os cânticos são tristes, as cabeças estão baixas. Anteparos de plástico protegem as velas contra o vento frio de um mundo sem Cristo. Todos estão mortos ("uma procissão em movimento é uma massa de crentes que aspiram se nivelar ao Cristo... exultação narcisista de se ver igual ao Cristo"1).

No contra-fluxo do cortejo de defuntos não me sinto mais vivo que eles. Na caixa toráxica do ser rastejante, estágio larval dos insetos, sinto a condensação da dor dos séculos, ouço o uivo dos lobos da manjedoura, os sinos dos templos de areia de Canaã. Apesar disso não grito, faço cara de sátiro, danço esse silêncio tumular. Um exército de leucócitos de batina me fulmina com o olhar. Apresso o passo na direção da música que vem do aparelho digestivo. Uma bandinha no melhor estilo "interior de Minas" lança jatos de bílis musical gaseificando a atmosfera de certa alegria contida (nos melhores velórios a música prenuncia a ressurreição do defunto). Delicio-me com o corte das fardas azul e branco dos arcanjos instrumentistas e com a "cola" das partituras pregadas no dorso do paletó. Salto por dentro de uma tuba e caio em posição genuflexal na altura da genitália da lepidóptera. A seda episcopal latejante avoluma-se cobrindo a grande manta de carne inerte sobre a pedra. O gozo da fé é silencioso e misteriosamente compartilhado.

Furo a Forma. Defloro-a! Sinto jatos de estalactite massageando-me as costas. Tremores tectônicos desconectam-me os pés. Caio. Fecho os olhos. Petrifico. Passam anos. Abro mares em sonhos. Corro entre paredes de água e acordo na cauda da lagarta.

Na cauda da lagarta reencontro, doce, a realidade. Gente feita de gente. Gente que foi ali pra namorar. Em cada rosto um pote de doce em calda: figo, goiaba, casca de laranja, doce-de-leite, ambrosia, marmelada, baba-de-moça, espera-marido, pecado-de-anjo, quindim. Suspiro fundo e me lanço no escorregador intestinal tornando-me enfim uma espécie de gás liberto no espaço. Um salto no abismo e o chapéu de Carvalho perdido no chão.

1Flávio de Carvalho ("Experiência N2 - uma possível teoria e uma experiência")




domingo, 30 de maio de 2010

quinta-feira, 27 de maio de 2010

CO-INCIDÊNCIAS...


o curta-metragem sobre Otto Muehl


Entrevista: Marina Abramovic

Achei uma boa entrevista. Segue o link:
http://www.dasartes.com/revista/02/marina_abramovic.php

ALGUÉM ME VIU POR AÍ?


“ALGUÉM ME VIU POR AÍ?” É algo que se encontra entre:
Entre objeto e não objeto,
Entre realidade e ficção,
Entre teatro e performance.

ALGUÉM ME VIU POR AÍ?

TEXTO, CONCEPÇÃO E ATUAÇÃO: JARBAS ALBUQUERQUE
DIRETORES COLABORADORES:
RENATO LIVERA - TANIA ALICE - VINICIUS ARNEIRO

ESTRÉIA DIA 10 DE JUNHO (QUINTA-FEIRA) ÀS 20H
NO TEATRO MARIA CLARA MACHADO (PLANETÁRIO)

IMPRIMA O FLYER E TROQUE POR 2 CONVITES NO DIA DA ESTRÉIA.
(SUJEITO A LOTAÇÃO DO TEATRO)
O CCBB RJ apresenta de 21 de maio a 18 de julho, a exposição Rebecca Horn – Rebelião em Silêncio, com obras que mostram toda a poética multidisciplinar da artista, que congrega arte cinética, lirismo e performance de um modo único.  

Dialogando com esta temática,  dia 29 de maio, sábado, às 10h, o CCBB Educativo realiza o Arte-Papo, mesa redonda com o tema Performance – um entrelugar para as Artes Cênicas e Artes Visuais, em que as pesquisadoras e artistas convidadas, Daniella Mattos e Tania Alice, discutem como as semelhanças e diferenças da linguagem da performance nas Artes Visuais e nas Artes Cênicas.

O encontro é voltado para educadores, artistas e demais públicos afins. As inscrições feitas por telefone ou pessoalmente:

CCBB Educativo
Rua Primeiro de Março, 66, Centro – Primeiro Andar – Rio de Janeiro
Tel.: (21) 38082070 – 38082254

Até lá,

Equipe CCBB Educativo RJ

quarta-feira, 26 de maio de 2010

domingo, 23 de maio de 2010

Marina Abramovic

Link para o filme Balkan Baroque, de Pierre Coulibeuf, com Marina Abramovic (contém biografia e várias performances da artista - legendas em francês):


PERFORMANCE
BALKAN BAROQUE - 1997
FOTOS:

Título Balkan Baroque (detalhe da instalação)
Data de trabalho 1997
Médio duração desempenho: 4 dias, 6 horas
Direitos autorais Cortesia de Sean Kelly Gallery, Nova Iorque
Descrição XLVII Bienal de Veneza, o Pavilhão Italianovencedor do prêmio Leão de Ouro 1997



Título Balkan Baroque
Data de trabalho 1997
Médio fotografia Cibachrome, laminada e montada em alumínio
Tamanho h: 48 x w: Em 85 / h: 121,92 x w: 215,9 centímetros
Edition / Set de 18, 9 APs
Direitos autorais Cortesia de Sean Kelly Gallery, Nova Iorque
Descrição publicada em 1998

(Fonte: http://www.artnet.com/usernet/awc/awc_thumbnail.asp?aid=424588417&gid=424588417&cid=113967&works_of_art=1 )


(Fonte: http://lindsaycbr.blogspot.com/2009/01/marina-abramovic.html )

INFORMAÇÕES:

"As imagens de vídeo em Balkan Baroque são espacialmente organizada como um tríptico, em meio do qual há um retrato em tamanho natural, mostrando Abramovic como um self dual. Na primeira parte ela está vestida de acabamento um médico branco e age como um cientista zoólogo, que conta a história da criação da-Wolf ratos nos Balcãs, os animais que, quando colocado em condições insuportáveis (diria, como seres humanos em guerra), começa a destruir-se mutuamente. Na segunda parte, ela se transforma em uma mulher - uma "típica" cantor taberna dos Balcãs, que diverte o público (masculino) - dançando, como se estivesse possuído, ao som de uma melodia folclórica (...). À esquerda e à direita, há retratos em vídeo de sua mãe e seu pai, de quem rompeu com a formação religiosa das famílias de cristãos ortodoxos, foi para os partidários, tomou parte na Guerra de Libertação Nacional (1941-1945), e juntou-se a Partido Comunista. (...) O vídeo-retrato com os pais está instalado em uma sala escura em que mal se podia notar três esculturas de cobre contendo água, sugerindo uma purificação espiritual. O ato de auto-purificação, no entanto, realizada por Abramovic, que, durante seis horas por dia durante quatro dias consecutivos de lavagens com uma escova de metal, água e sabão uma pilha de cowbones, raspando os últimos pedaços de carne a partir deles. Esta purificação "até o osso", como sugerido pela própria expressão, esta longe de compensação de lastro (bonito ou feio, agradável ou desagradável, pessoal e coletiva passado), torna-se um trabalho individual de luto sem que nenhum rito de passagem pode ocorrer. » (Bojana Pejic em Balkan Epic, a exposição Museu do catálogo da Pirelli, em Milão, 2006)

O trabalho está instalado como uma exposição de quatro canais, o quarto canal - um registro da performance - que está sendo mostrado em um monitor localizado no interior da pilha de ossos.

(Fonte: http://catalogue.nimk.nl/art.php?id=9538 )

A guerra e a morte são temas no centro do Balkan Baroque, para que Marina Abramovic recebeu o prêmio Leão de Ouro de Melhor Artista de 1997 na Bienal de Veneza. Durante o show que ela estava sentado sobre uma pilha de ossos que limpou de sua carne e cartilagem restante um por vez em um ritual de purificação para si e os massacres que ocorrem nos Balcãs. Em suma, ela acrescentou uma dimensão do calor humano de seu trabalho, embora isso não substitui os temas anteriores de experimentação e resistência física, pelo contrário, de alguma maneira ele jogou nova luz sobre seus trabalhos anteriores. A dor do seu regresso à pátria dilacerado pela guerra talvez tenha sido mais difícil sustentar que a dor puramente física que sofreu em suas apresentações iniciais.

(Fonte: http://www.kunstaspekte.de/index.php?tid=39628&action=termin )

O tratamento de memórias traumáticas na obra mais relevante de Abramovic, Balkan Baroque, que ganhou um prêmio na Bienal de Veneza de 1997, destacou-se graças à guerra da Bósnia. Rodeada por três projetores de vídeo mostrando a artista com seus pais e três vasilhas de cobre cheias de água, ela sentou-se durante cerca de quatro dias limpando 1500 ossos de gado e cantando canções da sua infância. O ato espiritual de limpeza como preparação para a morte, surgira já na instalação de vídeo Cleaning the Mirror I, 1995 na qual limpou um esqueleto com escova e água.

(Fonte: http://lindsaycbr.blogspot.com/2009/01/marina-abramovic.html )

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Pequeno Inventario de Lugares Comuns

Nesta sexta feira dia 21 reapresento o trabalho" Pequeno inventário de lugares comuns" (com a Dani Lima) no SESC Jacarepaguá às 19 horas. O projeto que estão desenvolvendo lá parece muito bom. Se alguém se interessar de ir e/ou quiser acompanhar o dia de montagem/ensaio me mande uma msg. A Dani está procurando novos performers para um novo projeto, pode ser uma boa oportunidade de aproximação. Quem quiser visitar o blog do trabalho http://pequenoinventriodelugarescomuns.blogspot.com/
Beijos e até
Laura Samy

quinta-feira, 13 de maio de 2010

 
 
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A GENTIL CARIOCA apresenta “Entre desejos e utopias” curadoria Felipe Scovino
 
A exposição na A Gentil Carioca, com início em 15 de maio, chama-se “Entre desejos e utopias” e tem curadoria de Felipe Scovino. Será uma exposição envolvendo projetos não realizados: Desenhos, estudos, maquetes, anotações de obras ou ações que estavam arquivados e nunca foram executados seja pela sua impossibilidade técnica ou financeira, seja pelo fato deles existirem unicamente como projeto utópico. A mostra indaga uma dimensão peculiar da produção artística, exibindo e permitindo diálogos transversais entre artistas que têm em comum o compromisso com a invenção.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Lançamento de livro c/ performance

Pessoal, segue o convite pro lançamento do meu livro de poesia, de que falei na aula de segunda. Vou fazer uma performance na abertura da festa, então quem quiser ver, esteja lá às 20h.

domingo, 9 de maio de 2010

sábado, 8 de maio de 2010

O Abismo do Eu - os limites da ignorancia perceptiva
Este acontecimento significativo está sendo divulgado em diversos meios virtuais. Foi traduzido do ingles por Claudio Miklos.

A SITUAÇÃO
 
Em Washington D.C., em uma Estação do Metrô, numa manhã fria de Janeiro 2007, este homem com um violino tocou seis peças de Bach por cerca de 45 minutos. Durante este tempo, aproximadamente 2.000 pessoas passaram pela estação, a maioria delas em seu caminho para o trabalho. Após 3 minutos, um homem de meia-idade percebeu que havia um músico tocando. Ele diminuiu o seu passo e parou por poucos segundos, então correu para cumprir seu horário.
 
Cerca de 4 minutos depois:
 
O violonista recebeu seu primeiro dólar. Uma mulher, sem se deter, jogou o dinheiro no chapéu colocado no chão diante do músico e continuou a caminhar.
 
Em 6 minutos:
 
Um homem jovem encostou-se no muro para escuta-lo, então olhou para seu relógio e retomou a caminhada.
 
Em 10 minutos:
 
Um menininho de 3 anos parou, mas sua mãe o empurrou urgentemente para continuar a caminhar junto dela. O menininho parou novamente para olhar o violinista , mas a mãe o puxou forte e a criança continuou a andar, virando a cabeça todo o tempo para trás. A ação foi repetida por todas as outras crianças que passaram pelo músico, mas todos os pais - sem excessão - as forçavam para se moverem rapidamente.
 
Em 45 minutos:
 
O músico tocava de maneira ininterrupta. Apenas 6 pessoas pararam e ouviram por curto espaço de tempo. Em torno de 20 deram-lhe dinheiro mas continuaram a caminhar em seu passo normal. O homem conseguiu um total de US$32.
 
Após 1 hora:
 
Ele parou de tocar e o silêncio dominou o ambiente. Ninguém percebeu e não houveram aplausos. Não houve qualquer tipo de reconhecimento.
 
Ninguém sabia, mas o violonista era Joshua Bell, um dos mais geniais músicos do mundo. Ele tocou impecavelmente uma das mais complexas peças musicais jamais escritas, usando um violino que valia US$3,5 milhões. Dois dias antes, Joshua Bell esgotou os lugares de um teatro em Boston onde o público pagou US$100 por ticket, para sentar e ouvi-lo tocar a mesma peça de Bach.
 
Esta é uma verdadeira estória. Joshua Bell tocando incógnito em uma estação de metrô de Washington foi parte de um experimento social chamado "Percepção, Gosto e Prioridades Pessoais".
 
O experimento levantou várias questões:
 
- Em um ambiente comum, em uma hora inapropriada, somos capazes de apreender a beleza?
 
- Se assim for, somos capazes de aprecia-la?
 
- Reconhecemos o talento em contextos inesperados?
 
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Se não dispomos de um pouco de tempo para parar e ouvir um dos melhores intérpretes do mundo, tocando uma das mais maravilhosas peças musicais escritas em todos os tempos por meio de um dos instrumentos mais finamente feitos... Quantas outras coisas maravilhosas estamos perdendo em nossa ânsia por correr atrás de nossas expectativas?
 

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Treinamento de performer na UNIRIO

Fotos do treinamento ministrado na UNIRIO pelos Heróis do Cotidiano para 15 artistas/alunos da UNIRIO.

Concepçao e conduçao do treinamento: O Coletivo
Técnica de View Points: Jarbas Albuquerque (Bolsista de Iniciaçao Artística)
Registro (fotografia): Vanessa Augusta (Bolsista de Iniciaçao Artística)
Meditaçao e orientaçao dos bolsistas: Tania Alice 

Seminário Boa Praça
Dia 13 de maio, às 19h, na Praça do Teatro Ziembinski / Tijuca
Exibiçao do documentário "Heróis do Cotidiano" de Antônio Pessoa
Mesa - A Arte É Da Rua.
Convidados - Tania Alice, Licko Turle, Juliana Manhães e André Garcia Alvez
Mediação - Rosyane Trotta

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Cut Piece












Imagens do Original feito por Yoko Ono, um vídeo de um reenactment que ela fez em 2003 e fotos do reenactment feito por Claudio Althiery, Rany Carneiro, Tatiane Santoro e Vanessa Reis em 2010 na UniRio.








convite

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Divulgaçao: Artistas de Rua, Projeto Boa Praça na Tijuca

Dia 09 de maio venha comemorar o dia das mães com o Boa Praça.
Na Praça ao lado do Teatro Ziembisnki na Tijuca.
Acesso fácil com o metro.
Apresentando:
Grupo Milongas, As Marias da Graça, RadiClowns, Maksin e Raquel Aguillera.
Incio as 10:30, até as 12:30.
Aguardamos vocês!!!!!

--
André Garcia Alvez
Será O Benidito?! Teatro, Circo e Rua
Encontro Boa Praça
Artista de Rua.Com
(21) 3873-6908 / 8741-6166
WWW.SERAOBENIDITO.COM.BR
WWW.BOAPRACA.ART.BR
WWW.ARTISTADERUA.COM

sábado, 1 de maio de 2010

Slow Yourself Down

Flashmob produzido pelo BRECHA COLETIVO.


Spencer Tunick

01/05/2010 11h16 - Atualizado em 01/05/2010 14h26

Quinhentas pessoas posam nuas para foto na Inglaterra
Sessão pública marca os dez anos de uma galeria de arte em Manchester.
Cerca de 500 pessoas tiraram a roupa neste sábado em Manchester e em Salford para uma sessão pública de fotos que marca os dez anos galeria Lowry. O fotógrafo americano Spencer Tunick quer captar os movimentos dos indivíduos em seu dia-a-dia. O trabalho irá continuar no domingo e deve reunir ao todo mil voluntários. A mostra será exposta a partir de junho no Everyday People (Pessoas no dia-a-dia, em português). Tunick já fotografou pelados em diversos projetos e países. O mais recente, no mês passado, foi uma foto conjunta de cinco mil pessoas nuas nos degraus da Ópera de Sydney, na Austrália.