terça-feira, 13 de abril de 2010

Filé de peixe - performance "pirataria da video-arte"

Formado pelos artistas Alex Topini, Felipe Cataldo e Fernanda Antoun, o coletivo Filé de Peixe há três anos realiza projetos de intervenção urbana e ocupação de espaços artísticos não convencionais.

O Filé de Peixe se destacou por realizar, inúmeras vezes nesse período, intervenções de natureza efêmera, com base no audiovisual, caracterizadas pela ocupação compulsório do espaço público, agregando ao ar livre artistas, moradores de bairro, transeuntes em geral, intervindo no trânsito normal, na dinâmica cotidiana dos lugares e das pessoas.

Os eventos realizados pelo Filé de Peixe, em parceria com coletivo Treze Numa Noite, primam pelo hibridismo, pelas ações performáticas, poéticas e sonoras, favorecendo a expressão conjugada de diversas linguagens, proporcionando a outros artistas e grupos um momento de experimentação radical, a ser vivenciado como fase constitutiva para desenvolvimento dos seus trabalhos artísticos.

Além de mais de trinta ações de intervenção e ocupação de espaços artísticos não convencionais, podemos destacar como as principais incursões do coletivo Filé de Peixe, o VI Simpósio Internacional de Contadores de Histórias / Sesc-Copacabana, Rede Ocupação em Santa Teresa, Centro de Experimentação Poética(CEP20.000) e o MaC-Filé, ocupação artística no pátio do MAC de Niterói, em 2008.

*PIRATÃO*

Piratear videoartes: essa é a proposta do coletivo Filé de Peixe, que em parceria com o grupo Treze Numa Noite, irá deslocar a exibição e acesso a esses trabalhos para as ruas.

Trata-se de uma pirataria agenciada por artistas, no papel de camelôs circunstanciais, como mecanismo de introduzir no campo das artes plásticas, a exemplo do que aconteceu na indústria da música e do cinema, um amplo debate sobre o modelo de inserção, circulação, exibição e consumo dos trabalhos, bem como suas implicações comerciais e relações entre artistas, galeristas, colecionadores, críticos e curadores, além do público comum.

Ofertados sobre telas aramadas, com embalagens de plástico e capas xerocadas, exatamente como fazem os camelôs piratas no centro da cidade, as videoartes e filmes de artistas serão vendidas no melhor esquema “um é 5(reais), três é 10(reais)!!”.

No acervo do Filé de Peixe, trabalhos clássicos de Letícia Parente, Hélio Oiticica, Marcos Bonisson, Ernesto Neto, Ricardo Basbaun, Nam June Paik, Bill Viola, Marina Abramovic, Andy Warhol, Maya Deren, Márcia X, Alex Hamburger, Joseph Beuys, Yoko Ono, Cindy Sherman, dentre outros, ao lado de trabalhos recentes de artistas como Alexandre Sá, Daniela Mattos, Analú Cunha, Daniel Murgel, Andrei Müller, Gustavo Speridião, Carlos Contente, André Sheik, além da produção do próprio coletivo e de outros, num total de mais de 300 vídeos, pirateando artistas como forma de inseri-los, ainda que involuntariamente, na performance/reflexão que queremos suscitar.

PIRATÃO quer evidenciar a novíssima e vasta produção no campo da videoarte, facilitar o acesso/contato com trabalhos clássicos, propiciando um ponto aglutinação e difusão, uma rede de trocas de materiais e idéias, ousando um contato direto com público comum, e a utilização de uma ferramenta polêmica e controversa para o fomento ao debate: a pirataria.


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